Teatro Fórum
- ufpeltoco
- 6 de jul. de 2014
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É uma das técnicas desenvolvidas pelo criador, diretor, dramaturgo e teórico Augusto Boal. Em cena é apresentada um conflito onde haverá um opressor e um oprimido, este último sempre fracassará. A ideia é que o espectador se transforme em espect.-ator, que quando estimulado pela figura do curinga entre em cena e assuma o papel de protagonista, ajudando a encontrar saídas para opressão apresentada. O Curinga é o mediador do debate entre palco e plateia, entre atores e espectadores. É ele o responsável por provocar questões e estimular o espect-ator a subir no palco e mostrar sua versão para a resolução do problema. Boal ressalta que deve há ver o cuidado para que o curinga não assuma um papel de manipulador da cena, ele deve enunciar as regras, mas a partir daí, deve aceitar que até mesmo a plateia as modifique, se isso for julgado conveniente. Em relação ao ‘’espetáculo’’ como um todo, Boal afirma que deve haver uma abordagem técnica e estética na encenação teatral. Uma vez que se visa com essa técnica, incentivar a participação ativa do público e para isso podemos e devemos usar de todas as ferramentas estéticas possíveis para que consigamos fazê-los sentir a realidade daquele oprimido que está em cena e querer entrar em seu lugar para muda-la.
‘’O importante é que o Teatro do Oprimido seja bom teatro, antes de mais nada. Que a apresentação do anti-modelo seja, em si, fonte de prazer estético. Deve ser um bom e belo espetáculo, antes de ter início a parte do fórum, isto é, a discussão dramática, teatral, do tema proposto’’.
Quanto ao papel dos atores deve-se atentar a complexidade de cada personagem, que pode, mais cedo ou mais tarde, mudar de opinião em cena, assim como ocorre na vida. O ator deve estar aberto ao diálogo e as intervenções da plateia. Deve ser dialético, dar e receber, ser criador, como diz o Boal. Após a intervenção do espectador, cabe ao curinga, que é uma espécie de mestre de cerimônias, questionar e provocar um debate entre os espectadores, assim como a participação plena deles em cena.
Dessa forma podemos concluir que no Teatro Fórum, assim como nas demais técnicas desenvolvidas por Boal dentro do Teatro do Oprimido, o objetivo não é necessariamente a solução do problema, a destruição da opressão ou realização do desejo do oprimido, mas sim o debate estético e a busca por alternativas. Permitindo assim o desenvolvimento autônomo do sujeito oprimido ou mesmo dos que participam do Fórum.
REFERENCIAL:
CANDA, Cilene Nascimento. Teatro-fórum: Propósitos e Procedimentos. Revista Urdimento. UDESC, Março 2012. Texto escrito por Thalles Echeverry e apresentado no encontro do dia 01/07.
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