Teatro do Invisível
- ufpeltoco
- 15 de jul. de 2014
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O Teatro do Invisível é uma modalidade de teatro do Oprimido na qual uma cena se passa sem ser avisada aos espect-atores que eles participarão da tal. Ela se dá de forma ‘invisível’. Ela é fonte geradora de uma discussão entre os participantes. O tema proposto pelos atores geralmente se trata de problemas cotidianos em que as pessoas possam intervir na cena.
O Teatro do Invisível foi criado por Augusto Boal na Argentina em seu exílio da ditadura brasileira. Se deu a necessidade de criar esse teatro por muitas vezes o teatro na ditadura ser censurado, desse modo a polícia não sabia ser teatro e não poderia prender os artistas, que conseguiam gerar discussões nas ruas sem serem percebidos como tais.
Aos olhos do próprio Boal “No Teatro Invisível, o espectador torna-se protagonista da ação, um espect-ator sem que, entretanto, disso tenha consciência. Ele é o protagonista da realidade que vê, mas ignora a sua origem fictícia: atua sem saber que atua, em uma situação que foi, em seus largos traços, ensaiada... e que não teve a sua participação” (BOAL, 2005a, 27).
Para que deixemos a vontade os espectadores para atuar é preciso que nos aproximemos ao máximo do oprimido em questão e trazer naturalidade e veracidade à cena. Situações forjadas pelos atores, são situações que aconteceriam e acontece na vida de muitas pessoas. E utilizamos esse método de teatro para ensaiar os espectadores à atuarem na própria vida e sociedade constantemente. Sempre que se sentirem incomodados ou fragilizados diante de uma situação. Por isso a importância da veracidade e do acontecimento cotidiano presente. É preciso estudar antes, durante e após a prática.
Após a prática vem a seguinte questão: contar ou não sobre a encenação? É injusto não contar para os espectadores? Atrapalha o trabalho contar? Pode ser que sim. No meu ver as palavras: “teatro” e “em cena” podem assustar. Pode levar com que caso aconteça uma situação da encenada uma pessoa que participou da experiência se cale por medo de estar em cena, medo de estar sendo julgada.
Texto escrito por Thaís Paiva
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